Jornal Valor destaca números do varejo brasileiro

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O Jornal Valor Econômico, em sua edição de 22 de fevereiro, abriu manchete

para o comércio varejista do país. Conforme o jornal, em 2023 o total de

estabelecimentos inaugurados chegou a 2,5 milhões de lojas, representando um

avanço de 8,1% em relação ao ano anterior, que, por sua vez, havia crescido 9%

sobre 2021, ano que fechou em alta de 9,7%. A reportagem é assinada pela

jornalista Adriana Mattos, atualizada em 23/02/2024.

A Fecomércio PR publica abaixo um resumo da matéria, em sua missão de

informar aos empresários do comércio a força do nosso setor e a importância

do Sistema Comércio, encabeçado pela Confederação Nacional do Comércio

de Bens, Serviços e Turismo.

País atinge 2,5 milhões de lojas,

mas

ritmo cai e coloca 2024 em alerta

O varejo conseguiu abrir mais lojas físicas e on-line em 2023, após a

pandemia ter engavetado projetos, mas o ritmo de aberturas volta a perder

força, segundo levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens,

Serviços e Turismo (CNC), feito a pedido do Valor.

Nesse cenário, a participação do varejo no total de negócios em operação

no Brasil registra queda, e o setor de prestação de serviços, pela primeira vez,

passou da metade do total de lojas em operação (50,9%) no ano passado.

Para 2024, ganhou força o discurso entre as redes de redução ou

manutenção das aberturas frente ao ano passado, e as expectativas da

maioria têm ficado mais perto do “piso” do que do “teto” das projeções

informadas ao mercado. Uma reação mais forte na expansão dependerá do

cenário de aceleração no consumo, com possível liberação de crédito mais

barato, após a queda de juros, e permanência de queda da inflação.

Atacadistas, supermercadistas, redes de móveis e eletrônicos, de

produtos para “pet” e de moda têm seguido essa linha de recuo ou

estabilidade nas expansões neste ano.

Parte das cadeias de farmácia é a única com projeções de mais

aberturas, mas ainda assim há diferenças. A Pague Menos cortou

inaugurações, com o foco em uma reestruturação e queda de despesas

com juros, e a RaiaDrogasil (RD) planeja elevar o número.

Os dados coletados pela CNC no Mapa das Empresas do Governo

Federal mostram que, apesar do crescimento menor, a área econômica da

entidade destaca a expansão em cima de uma base de comparação maior.

Os números desconsideram empresas abertas pelo regime do

Microempreendedor Individual (MEI), que incluem pessoas físicas que

trabalham por conta própria, o que poderia comprometer a amostra.

“Ainda conseguimos manter um bom patamar total, com 2,5 milhões de

empresas no setor, e há dados que sugerem que, entre aberturas e

fechamentos, o saldo final foi positivo em 2023”, diz Fabio Bentes, economista da

CNC. “Ocorre que os dados incluem registros de aberturas de lojas on-line, e é

preciso considerar que o aumento de operações de comércio eletrônico pode ter

puxado a expansão no ano”.

Houve uma retomada mais rápida no desempenho do comércio digital

em 2023, frente ao varejo físico, historicamente com crescimento mais lento.

Também há efeito da estratégia das grandes plataformas de marketplaces

de incentivarem a digitalização de pequenos vendedores no país.

Nos dados também há abertura de filiais e unidades franqueadas das

redes de comércio, captadas pelos novos registros de CNPJ da amostra.

Esse tipo de negócio exige um menor volume de investimento do

controlador da marca. “Abriram muitas franquias de até R$ 250 mil.

Naquelas mais baratas, de R$ 80 mil a R$ 100 mil, como de bolos e cafés,

tem gente tirando R$ 5 mil e está feliz”, diz um ex-diretor de uma rede de

varejo.

Mesmo nesse negócio, o ritmo de aberturas desacelerou. O total de

franquias cresceu 6,2% em 2023, para cerca de 196 mil – em 2021, a alta

foi de 9%, e em 2022, de 7,8%. Em faturamento nominal, o avanço foi de

14%. Os fechamentos subiram menos que as aberturas.

Em redes como C&A, Magazine Luiza e Petz, para este ano a percepção

é que dá para tirar mais resultado dos pontos já existentes, em vez de

injetar caixa (ainda caro) numa aceleração de aberturas.

“Estamos considerando um número de 5 a 10 lojas novas em 2024,

porque acreditamos que temos mais oportunidades de acelerar a venda por

m2 de lojas que já temos do que em aberturas”, diz Paulo Corrêa, CEO da

C&A, com 330 unidades. Em 2023, até setembro, investimentos em novas

lojas na rede de moda caíram 70% frente a 2022, segundo balanço.

O foco em tecnologia já tem sido um posicionamento comum das grandes

redes desde 2020, em parte, para manter a busca pela venda protegendo caixa

e reduzindo a pressão em despesas pré-operacionais. Aberturas elevam essas

despesas e podem reduzir margem.

No Magazine Luiza “o cenário agora é rentabilizar as nossas lojas atuais,

então, no médio prazo, a gente não tem um plano de expansão”, disse em

novembro a analistas, Fabrício Garcia, vice-presidente de operações.

Na Petz, a empresa já indicou expectativa de 30 a 40 aberturas para

2024, mas com maior possibilidade de atingir o “piso” de 30 – e com gasto

20% menor por unidade aberta.

No negócio alimentar, GPA e Assaí revisaram seus investimentos. No

primeiro caso, o grupo estimava abertura de 300 pontos de 2022 a 2024.

Ocorre que, entre 2022 e 2023, foram inauguradas 132 lojas pelo GPA, e as

168 restantes, agora, serão abertas de 2024 a 2026. A mudança reflete a

necessidade de “otimizar” gastos.

Aberturas têm função primordial de ajudar marcas a gerarem escala mais

rapidamente, ganhar visibilidade nacional e trazer novos consumidores.

Fluxo de clientes e vendas maiores ajudam a diluir custos e elevar

lucratividade. Só que os dados de fluxo mostram que o brasileiro continua

circulando menos nas lojas do que quatro ou cinco anos atrás.

Segundo relatório de tráfego de clientes em lojas de shoppings e de rua

no Brasil, elaborado pela Virtual Gate, caiu 1,3% o fluxo médio de

consumidores em 2023 frente a 2022.

No quatro trimestre houve uma retomada, com alta de 2,5%, mas

incapaz de inverter a perda. Nos shoppings, houve estabilidade frente a

2022, mas nas lojas de rua a retração foi de 6%.

Isso obriga as redes a tentar tirar mais venda daquele cliente que

entra na loja e que navega pelo site e “app”, o que torna obrigatória

formas de repensar a loja física no Brasil, afirma Alberto Serrentino, da

Varese. O tema voltou a ser foco de discussão em janeiro, na NRF Retail

Big Show, a feira global do setor em Nova York.

“O cliente hoje tem muito mais alternativas de canais, então será a

consistência da experiência do consumidor na loja que fará a permanência

dele no canal”, diz. “Além disso, o comércio ainda não conseguiu dar ao

brasileiro uma jornada sem atrito na compra integrada no on-line e na loja”.

Para Serrentino ainda há espaço para aprimorar a jornada do consumidor

na loja e entender o valor nessa jornada, que hoje já mistura completamente

o digital e o físico.

DARCI PIANA

Presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR

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