As vendas em supermercados caíram 1,5% em 2016, segundo índice divulgado pela Abras (Associação Brasileira de Supermercados). O faturamento do setor somou R$ 338 bilhões no ano passado, um crescimento nominal de 7,1%. O percentual não desconta a inflação média de 8,8% em 2016 apurada por índice usado pelo setor para corrigir o valor nominal pela inflação. O número de lojas cresceu 0,5% em 2016, chegando a 89 mil.
Quando considerado apenas o varejo paulista, houve crescimento de 1,1%, já após o desconto da inflação. O setor faturou R$ 102 bilhões no Estado no ano. Rodrigo Mariano, gerente de economia e pesquisa da Apas (Associação Paulista de Supermercados), afirmou que o setor sofreu com a recessão econômica, porém em nível menor do que outros segmentos, por oferecer produtos de primeira necessidade.
Entre os fatores que atrapalharam as vendas em supermercados, Mariano destaca alto desemprego e inflação durante o ano e a elevada carga tributária do segmento. O setor supermercadista espera alta entre 1,5% e 2,5% em 2017, tanto no Estado de São Paulo quanto nacionalmente.
Segundo Mariano, o crescimento virá especialmente no último trimestre do ano, período para o qual a associação espera retomada do emprego e ganho de poder de compra dos consumidores, em razão da queda da inflação e a realização de reajustes salariais acima dela.
De janeiro a março, o setor acumulou queda de 1,5% em São Paulo. A Apas esperava queda ainda maior, de 2%, segundo Mariano.
Comportamentos
Pesquisa da Nielsen apresentada pela Apas, feira do setor de supermercados, mostra mudanças de comportamento de consumidores para ajustar suas compras ao cenário de crise. O levantamento mostrou que 42% deles passaram a comprar marcas mais baratas, 22% passaram a consumir menos e ir menos a supermercados, sem trocar marcas. Outros 5% passaram a comer fora de casa com menos frequência e reduzir gastos com lazer e outros 5% diminuíram consumo de bens-duráveis e vestuário.
Outra pesquisa, da Kantar, mostrou que o principal fator de escolha de lojas por consumidores em 2016 foram promoções, que foi apontada por 55% dos consumidores. Confiança ficou em segundo lugar, com 51% e qualidade dos produtos em terceiro, com 50%.
Fonte: Abad