Com as novas conjunturas econômicas e políticas nacionais e a nível estadual, o Sindicato do Comércio Atacadista de Gêneros Alimentícios do Estado do Paraná (SincaPR) busca sensibilizar seus associados a participarem cada vez mais das decisões de sua região nos âmbitos mencionados. A entidade, inclusive, já desencadeou uma ação junto a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR) em estar representada no maior número de conselhos das áreas de interesse dos empresários.
No dia 11 de fevereiro, membros da diretoria do SincaPR participaram da reunião de posse do Conselho Municipal de Emprego e Relações do Trabalho e Emprego (CMERT), na Fecomércio PR. Presidido pelo empresário Zildo Costa, o conselho tem como objetivo melhorar as condições do trabalhador e do trabalho por meio de ações, propostas, articulações com outros órgãos públicos e privados.
Além de presidir o CMERT de Curitiba, Costa é diretor da Fecomércio PR, conselheiro do Sesc PR, e vice-presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Maquinismo, Ferragens, Tintas, e Material Elétrico de Curitiba (Sinditiba). “Acredito que não só os empresários, mas a sociedade como um todo devem estar engajados politicamente de forma apartidária, mas estar trabalhando em prol ao bem comum. Ou seja, além de suas atividades normais, se envolver em projetos gerais da sociedade, seja em conselhos, Igrejas, bairros ou atividades de governo. Cada um de nós deve dar a sua contribuição para que o poder fique mais dividido e para que seja fiscalizado da melhor forma”, enfatiza.
Engajamento os atacadistas distribuidores
Estar inserido no maior número de conselhos e entidades é uma máxima na vida do atacadista distribuidor, Ariovaldo Costa Paulo. Além de ser membro da diretoria do SincaPR, o empresário desempenha papeis importantes em Maringá, interior do estado. “Faço parte do Observatório Social, do Conselho da Associação Comercial e Empresarial de Maringá [Acim] e mais oito conselhos que existem na cidade, como suplente ou ativamente”, revela.
Um dos destaques é o Conselho Municipal de Planejamento e Gestão Territorial (CMPGT), que de acordo com Costa Paulo, é formado pela sociedade organizada, empresários e entidades, para pensar o planejamento de Maringá daqui 80, 100 anos. “O que a gente vê nessas entidades, conselhos, é que sempre estão presentes as mesma pessoas. Na Acim eu ouvia muito dizer que a Associação era uma ‘panelinha’. Quando eu fui presidente da entidade, convidei diversas pessoas a participar, ou seja, ‘destampei a panela’. O que eu quero dizer, é que essa renovação de membros, de pessoas trabalhando ativamente, ainda é muito tímida. Precisamos nos envolver para cobrar os nossos políticos”, ressalta.
Segundo o atacadista distribuidor, essa falta de interesse e engajamento não é um problema exclusivamente dos empresários, mas algo inerente ao brasileiro. “Hoje o que a maioria dos brasileiros fazem é reclamar. Há muita reclamação e pouca participação efetiva. Se fizerem um movimento para sair às ruas protestar sobre alguma irregularidade do governo, vamos ter 10, 20 mil pessoas no máximo. Agora se organizarem um festival de música, com cinco cantores sertanejos, vamos ter milhares de pessoas reunidas. Isso representa a falta de indignação da situação que estamos vivendo”, reflete.
Para ele, os empresários são afetados por boa parte das decisões governamentais, o que reforça a importância do engajamento desse público nas decisões políticas e econômicas de suas regiões. “Temos que participar dos movimentos sociais, dos Conselhos de Política Comercial, entre outros. O movimento do atacadista distribuidor também é baixo não só no Paraná, mas a nível nacional. O próprio Ranking ABAD/Nielsen é uma ferramenta fantástica para medir o setor, e mesmo assim, a participação ainda é tímida. Isso precisa mudar”, pontua.