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Sem capital, varejo pode dar calote

Um terço das empresas (33,1%) que são clientes do atacado no país ­ como pequenos varejistas, bares e restaurantes ­ apresentam alto risco de crédito, segundo estudo feito pela primeira vez, pela Serasa Experian.

São empresas com elevada probabilidade de se tornarem inadimplentes nos próximos seis meses, segundo critérios da Serasa. As principais modalidades de pagamento hoje do varejo aos atacadistas são boleto bancário e cheque ­ uma minoria aceita cartões de crédito.

Relatório com esses dados foi apresentado em evento na Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad) na semana passada. Esse grupo de empresas com potencial de dar calote a curto prazo representa 85% da massa de varejistas no país, que atendem consumidores em “mercadinhos” e lojas em pequenas cidades e bairros
periféricos.

Varejistas com falência decretada, autofalência, concordata,
recuperação judicial e extrajudicial representam 9,8% do total. A
publicação do estudo ocorre na mesma semana em que a Abad
anunciou queda de 9,5% nas vendas brutas nominais do setor de
janeiro a junho. Ao se descontar a inflação (IPCA), a queda real
supera 19%.

“Entendemos que essa piora no quadro de solvência afeta mais os
bares e restaurantes do que o pequeno supermercado. As pessoas
estão fazendo mais refeições em casa e o fluxo de clientes caiu mais nas redes de alimentação do que nas lojas de vizinhança [minimercados]”, disse José do Egito Lopes Filho, presidente da Abad.

Fonte: Valor Online