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Seis produtos que subiram por causa do dólar

O real sofreu uma desvalorização de 40% neste ano. Com isso, ficou mais caro importar matérias-primas e produtos industrializados, custo extra que começa a chegar ao mercado. Geralmente a desvalorização cambial chega mais rapidamente a produtos importados que não têm substitutos nacionais, como azeite de oliva, bebidas e equipamentos de precisão, e aqueles que têm cotação em dólar, como derivados de petróleo (neste caso, dependendo sempre da política de preços da Petrobras.

Segundo analistas, a recessão na qual o país afundou neste ano faz com que a passagem do câmbio para os preços seja mais lenta do que em desvalorizações anteriores do real. Mas o processo vai ocorrer. No IPCA, índice calculado pelo IBGE que é usado para balizar a meta de inflação e que já está em 8,52% neste ano, vários artigos com reajuste acima de 10% neste ano são diretamente influenciados pelo preço do dólar. Veja abaixo alguns exemplos de como a fraqueza do real já chegou aos consumidores.

Alho
O alho é um dos produtos que mais subiram neste ano. A alta foi de 38,13% até outubro. Apesar de ter produção local, o Brasil importa alho de países do Mercosul e da China. Além de fatores climáticos, o dólar influenciou a disparada de preços.
Gás de botijão

O gás de botijão subiu 21,4%, reflexo da decisão da Petrobras de repassar ao consumidor seus aumentos de custo. Apesar da queda do preço do petróleo, a empresa teve de reajustar o preço do gás porque a disparada do dólar pesou no custo da matéria-prima.

Combustíveis

Os combustíveis tiveram uma elevação de 14,86%. A gasolina subiu 14,92%, refletindo os custos mais altos da Petrobras por causa da disparada do dólar. O etanol acompanhou, com reajuste de 15,35%.

Azeite de oliva

O azeite de oliva subiu no mercado internacional por causa da quebra de safra na Europa. Mas o câmbio não colaborou e os preços por aqui foram reajustados em 14,6%. Quase 100% do que é consumido no país é importado. A azeitona subiu 13,24%.

Chocolate

Os chocolates subiram 11,56% neste ano. Boa parte do cacau usado no país é importado. Embora o preço da commodity varie também por questões de oferta, é certo que o dólar alto fez com que os fabricantes de chocolate tivessem de elevar seus preços.

Bebida alcoólica

As bebidas alcoólicas, fora cerveja, subiram 9,98% até outubro. Além do câmbio, pesou a alta nos tributos neste ano.

Fonte: Gazeta do Povo