Pequenos e médios varejos estão se destacando entre os canais de compra e ganharam a preferência do consumidor, ao lado do e-commerce, nesse período de isolamento social. A afirmação é da diretora de vendas e e-commerce da Unilever, Juliana Carsoni, que participou ao lado do presidente da ABAD, Emerson Destro, da live GS1 Talks, promovida pela GS1 Brasil, na terça-feira (12). “Em razão do isolamento, as pessoas têm dado preferência ao varejo próximo de casa. Por serem lojas menores, o consumidor espera encontrar menos aglomerações e, portanto, fazer suas compras com mais segurança. E o mesmo acontece o comércio eletrônico”, diz Juliana, reforçando que a solidariedade da população, em querer ajudar o pequeno comércio local, também traz mais força para estes estabelecimentos.
Nesse período da pandemia pelo Covid-19, a GS1 Brasil tem promovido uma série de lives com o objetivo de mostrar caminhos para a reinvenção de estratégias, além de trazer oportunidades aos empreendedores. Na live com a participação da Unilever e da ABAD, a mediação foi feita pela head de desenvolvimento setorial e produtos da GS1 Brasil, Ana Paula Maniero, e a ideia foi mostrar os desafios e oportunidades entre o canal indireto (com foco no pequeno e médio varejista) e a indústria.
Riscos de ruptura
Uma das grandes preocupações diante da pandemia, seja do consumidor final seja do varejo, é que, em algum momento, haja ruptura na cadeia de abastecimento. O presidente da ABAD voltou a enfatizar que o risco não existe enquanto a indústria estiver fornecendo os produtos regulamente. “Desde o início da pandemia, o setor vem atuando normalmente. Talvez algumas lojas tenham sofrido com rupturas, mas não por conta do abastecimento da indústria, mas, sim, por falta de crédito pela situação econômica do país”, analisou Destro.
Juliana, da Unilever, também garantiu que as fábricas estão funcionando normalmente. “Tivemos os 10 dias finais de março, conhecido como ‘compras do pânico’, no qual as pessoas se abasteceram com um volume que não estavam acostumados e, neste período, talvez, o consumidor tivesse encontrado algumas rupturas. No mais, a situação foi normalizada”, comentou.
Categorias em crescimento
Com a pandemia, o consumidor adotou novos hábitos e, naturalmente, novos produtos passaram a fazer parte da cesta de compras. Entre eles, o álcool em gel e as máscaras. Mas, segundo a Unilever, outros produtos também passaram a integrar a lista de compras: “Vemos um crescimento acentuado em categorias relacionadas em limpeza de casa e de roupas, além de produtos de higiene pessoal. E, como sabemos que o Covid-19 não deve cessar tão rápido, esses novos hábitos de consumo devem perdurar”, prevê Juliana, lembrando que é fundamental que o pequeno varejista, nesse momento, conte com bons parceiros para saber qual o mix ideal.
Dados confiáveis
Dados padronizados em toda a cadeia foi outro fator relevante citado tanto pelo presidente da ABAD quanto pela diretora da Unilever. “Estruturar fontes de dados é fundamental para agir rapidamente e entender novas demandas. O volume de dados que se reúne num negócio durante dois ou três dias não significa nada se não estiverem corretos e estruturados”, pontua Juliana.
“A informação é algo fundamental para direcionar o dia a dia e o compartilhamento de dados entre distribuidor, indústria e varejo faz com que as reações ao mercado sejam mais rápidas”, acrescenta Destro. Segundo ele, a rastreabilidade é igualmente relevante, tendo em vista que, cada vez mais, o consumidor quer saber informações sobre seus produtos.
“Na Unilever, sempre tivemos preocupação com a procedência e práticas sustentáveis e o consumidor está de olho nisso. Também nos preocupamos para que nossos fornecedores tenham as mesmas práticas”, afirmou Juliana.
ACESSE para rever a entrevista na íntegra.
Fonte: Abad