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Mercados de bairro ganham escala sem perder a essência

Eles começaram como pequenos armazéns de secos e molhados e, com o passar do tempo, sem perder a fórmula de “mercado de vizinhança”, foram ganhando escala e se tornaram redes de supermercado com alta aprovação dos clientes. Jacomar, Kusma e Tissi são exemplos locais que iniciaram como “mercadinhos” em bairros distantes do centro e que hoje possuem diversas unidades espalhadas por Curitiba e região.

A fórmula de sucesso está no atendimento ao público e na qualidade dos açougues, padarias e hortifrútis. “Nosso mix de produtos é igual ao das grandes redes, o nosso diferencial está no atendimento”, explica Cláudio Tissi, proprietário do Supermercados Tissi. Ele afirma que o consumidor que mora no bairro costuma ir diariamente ao supermercado para comprar carnes, pão, frutas e verduras – e são nessas áreas que as redes menores se diferenciam.

No Jacomar, os clientes encontram na panificadora produtos de fabricação artesanal, inclusive com receitas tradicionais alemãs, que refletem a essência do supermercado fundado por uma família de origem alemã, em 1966. “Há todo um cuidado na compra e armazenamento dos produtos perecíveis”, afirma Gabriele Pankratz Pauls, gerente de marketing da rede.

A carne fresca, que o cliente pode escolher na hora, é um dos grandes atrativos do Kusma, segundo o diretor comercial Marlos Cassiano Kusma. “As grandes redes já deixam um pedaço de carne pronto. O cliente não quer isso. Ele quer escolher o pedaço mais vermelho, conversar com o açougueiro”, explica Kusma.

Para atender bem os clientes, além de oferecer produtos frescos, as redes investem no treinamento dos funcionários. “O bom atendimento começa pelos nossos funcionários, que formam a família Jacomar. Quando há respeito e cordialidade entre os colaboradores, isso reflete no bom atendimento ao cliente”, diz Gabriele.

No Tissi, todos os funcionários recebem treinamentos anuais e usam uniformes para ajudar na identificação. “Não adianta ter o melhor produto e o melhor preço se a atendente de caixa tratar mal o cliente”, explica Tissi.

O foco no consumidor é um ponto em comum nas redes de mercado de bairro. Como não possuem as amarras das grandes companhias, conseguem implementar mudanças sempre que identificam uma necessidade. “Se instalou um condomínio de luxo aqui do lado, logo eu pensei em criar de uma adega”, diz Tissi.

O amplo mix de produtos, que atendem públicos de todas as classes sociais, também é uma característica desses estabelecimentos, que perceberam que concorrer apenas pelo preço não seria suficiente para expandir. Na grande maioria, os consumidores são das classes B e C e frequentem as lojas semanalmente. “Há casos de pessoas que vêm de manhã e à tarde, em busca das promoções e produtos frescos”, conta Kusma.

Outro fator que os ajuda na expansão é a escolha dos pontos de venda. As redes menores de supermercado começaram em bairros afastados do centro de Curitiba e encontraram nesses lugares o público fiel que tanto procuravam.

História familiar

O ponto de venda e a qualidade do atendimento e dos produtos são apontados como os diferenciais das redes de mercado de bairro que ganharam escala. Há, porém, quem diga que isso só foi possível porque os estabelecimentos possuem e mantêm, em sua essência, uma administração familiar.

Confira as histórias e os planos de expansão de três supermercados de Curitiba que começaram como “mercadinhos de bairro”.

Fonte: Gazeta do Povo