A expectativa dos participantes do mercado financeiro sobre a inflação continuou a se deteriorar após adivulgação do IPCA de maio, que veio acima do esperado, e das taxas de alguns IGPs, que vieram bem salgadas, de acordo com dados do boletim Focus, do Banco Central (BC). As projeções para a atividade econômica seguiram melhorando ainda como efeito da divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, há duas semanas, este melhor que o esperado.
De acordo com o Focus, a mediana das projeções para o avanço do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2016 subiu pela quarta semana consecutiva, de 7,12% para 7,19%. Em 12 meses, contudo, a projeção segue recuando, desta vez de 5,94% para 5,91%. Para 2017, a expectativa para a inflação foi mantida em 5,50%.
O IPCA, indicador oficial de inflação, chegou em maio ao maior nível para o mês desde 2008, ao subir 0,78%, informou o IBGE na semana passada. O valor ficou acima do esperado pelos economistas e, embora tenha sido causado por questões pontuais, acendeu um alerta em relação ao processo de arrefecimento da inflação no ano.
No Focus, a expectativa para a alta do IGPDI de junho foi de 0,40% para 0,47% e para o IGPM, de 0,48% para 0,80%. A projeção para o aumento do IPCA seguiu em 0,33%.
Para o ano, a estimativa de inflação medida pelo IGP-DI saiu de 7,27% para 7,97% e a do IGPM, de 7,74% para 7,95%.
Essa inflação mais resistente deve impedir um recuo mais expressivo dos juros neste ano e, assim, a mediana das expectativas do mercado para a taxa Selic ao fim de 2016 subiu de 12,88% para 13%. Para o fim 2017, a mediana seguiu em 11,25%.
Os analistas Top 5, os que mais acertam as previsões, elevaram a projeção para o avanço do IPCA em 2016, de 7,09% para 7,15%, mas reduziram a expectativa para 2017, de 5,50% para 5,30%. Eles veem o juro em 13,75% ao fim deste ano e 11,25% ao fim do próximo. A Selic está, atualmente, em 14,25% ao ano.
Enquanto a expectativa para a inflação piorou, ocorreu o contrário nos dados de atividade. A mediana das estimativas para o desempenho do PIB em 2016 saiu de queda de 3,71% para retração de 3,60%. Para 2017, passou de crescimento de 0,85% para expansão de 1%.
Fonte: Valor Online