Os mercados começaram o ano assustados – e ninguém consegue apontar uma única e grande razão para isso. Aparentemente, os investidores ligaram as pontas de vários fenômenos, novos ou nem tanto, e concluíram que a economia mundial voltou a ser um lugar perigoso para se investir. Some-se a isso o potencial explosivo dos movimentos de especuladores e está feito o estrago.
Alguns veem o risco de uma crise financeira tão grave quanto a de 2008/09. Não seria tão surpreendente. Os trilhões de dólares e euros que os governos injetaram no setor financeiro para evitar uma quebradeira generalizada impediram que a crise cumprisse seu papel de depurar o sistema, e hoje ninguém sabe quantos bancos-zumbis estão por aí, nem que títulos podres eles escondem eu seus balanços.
Não há uma cadeia de acontecimentos perfeitamente interligados, mas dois movimentos acompanhados de perto pelo menos desde 2014 – a desaceleração da China e a queda dos preços do petróleo – aparecem no início de boa parte das tentativas de explicação da queda das bolsas e da piora das projeções para a economia real.
O que mais chama atenção é a reação da economia global à baixa dos preços do combustível fóssil. No passado, petróleo barato era sinônimo de redução nos custos de transporte e produção. Hoje, o lado ruim da queda das cotações – suspensão de investimentos, falência de fornecedores e queda na arrecadação – parece pesar mais.
Fonte: Gazeta do Povo