A oferta de lojas à espera de novos estabelecimentos comerciais continua em alta em Curitiba. O estoque total fechou o mês de maio com 1.137 unidades, um aumento de 38,2% em relação ao mesmo mês de 2014 e o maior índice desde janeiro do ano passado. Os dados são do Instituto Paranaense de Pesquisa e Desenvolvimento do Mercado Imobiliário e Condominial (Inpespar), ligado ao Sindicato da Habitação e Condomínios do Paraná (Secovi-PR).
De acordo com os especialistas, diferentes fatores contribuíram para o crescimento da oferta, com destaque para o cenário difícil da economia nacional, que tem desestimulado o comércio e retraído novos investimentos. “As dificuldades econômicas e o cenário político têm feito as pessoas esperarem para ver o que vai acontecer. O momento é de cautela”, analisa Sariva Lima, gerente administrativa de locação da Habitec Administração de Locação.
A crise na economia se reflete, também, na elevação da taxa de desocupação dos imóveis, sentida pelas imobiliárias. Fátima Galvão, vice-presidente de locação do Secovi-PR, afirma que 53% dos inquilinos que rescindiram contratos de espaços comerciais em maio – entre lojas, casas e conjuntos comerciais – justificaram a decisão alegando que os negócios não iam bem. Outros 12%, mudaram para um imóvel mais barato.
Assim como ocorreu no segmento residencial, o volume de investimentos direcionado à construção de novos espaços comerciais nos últimos anos impulsionou o crescimento da oferta, acrescenta Luiz Fernando Gottschild, diretor da Imobiliária Razão. Ele não acredita, contudo, que o estoque esteja “exagerado”. Sariva, por sua vez, vê um excesso de produtos no mercado, decorrente do atual cenário de retração econômica.
Preço x tempo
Mesmo com a combinação de oferta abundante e redução da demanda, o preço médio do aluguel das lojas na capital aumentou quase 10% no acumulado deste ano. O custo do metro quadrado passou de R$ 24,79 em janeiro para R$ 27,29 em maio, valores próximos à média de R$ 25 do mesmo período de 2014. “Os preços estão no valor de mercado e devem ficar estabilizados nos próximos anos”, projeta Gottschild.
O tempo médio para a locação, por sua vez, caiu 23 dias em maio deste ano em relação ao mesmo mês de 2014, segundo o Secovi-PR. A gerente da Habitec, no entanto, contesta os dados e diz que o tempo de espera para o fechamento dos contratos tem variado de seis a até oito meses, em média.
Fonte: Gazeta do Povo