Após dois trimestres consecutivos em queda, a economia do país cresceu apenas 0,1% do segundo para o terceiro trimestre deste ano e saiu, em tese, da chamada recessão técnica. Pelo critério adotado por uma ala de economistas, esse cenário ocorre quando há dois períodos seguidos de declínio.
No primeiro trimestre, a retração foi de 0,2%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Já no segundo trimestre a produção de bens e serviços do país declinou 0,6% nessa base de comparação.
O resultado dos meses de julho, agosto e setembro mostra que a atividade econômica deixou a recessão, porém segue estagnada. O fraco desempenho foi ditado pela queda do consumo das famílias.
Em relação ao terceiro trimestre de 2013, o PIB recuou 0,2%. Com esse resultado, acumula alta de 0,2% neste ano. O indicador dos últimos 12 meses encerrados em setembro soma uma variação positiva de 0,7%. Em valores, o PIB do terceiro trimestre somou R$ 1,3 trilhão.
Setores
Segundo o IBGE, a indústria registrou alta de 1,7% no terceiro trimestre frente aos três meses anteriores, após fortes perdas no primeiro semestre e ajudou a impulsionar o PIB e evitar um resultado negativo.
Já os serviços avançaram 0,5%, num ritmo fraco para o segmento que tem sido o mais dinâmico da economia. A agropecuária, por seu turno, mostrou forte perda de 1,9% e limitou a expansão da economia.
Sob a ótica dos segmentos que absorvem a produção, o consumo das famílias, componente de maior peso do PIB, caiu 0,3%, num sinal de que a inflação maior e deterioração da confiança de consumidores já abala a disposição das famílias em comprarem.
Já o investimento apontou uma alta de 1,3%, em tendência de retomada, após forte contração nos seis primeiros meses do ano. O consumo do governo teve alta de 1,3%.
Ainda por este olhar da economia, as exportações avançaram 1%, enquanto as importações de bens e serviços subiram 2,4%, num ritmo mais acelerado.
Fazenda
A expansão do PIB mostra que a economia entrou em processo de retomada do crescimento, “embora em ritmo ainda modesto”, na avaliação do Ministério da Fazenda. Em nota divulgada pela assessoria de imprensa e assinada pelo gabinete do ministro, o texto destaca que a economia brasileira voltou a apresentar taxa positiva de crescimento e tem condições de apresentar ritmo mais intenso no quarto trimestre e em 2015.
Além disso, a nota destaca que o crédito começa a dar sinais de melhora e o país tem fundamentos sólidos, com baixo desemprego e aumento de renda. Os indicadores antecedentes e coincidentes, segundo a nota, sinalizam a continuidade dessa trajetória de melhora no quarto trimestre.
Fonte: Valor Online e Folha.com