Com aumento da taxa de desemprego, menor disponibilidade de renda, alta de juros e confiança do consumidor nas mínimas históricas, o consumo das famílias deve interromper um ciclo de expansão que durou 11 anos e registrar a primeira queda desde 2003, segundo economistas ouvidos pelo Valor.
Ao quadro ruim, soma-se o fato de que boa parte da alta mais recente do consumo ocorreu no âmbito de um ciclo de bens duráveis que parece estar perto do fim. “Quem vai comprar outra geladeira?”, questiona o economista-chefe do banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves.
Considerando as estimativas para o ano passado, que ainda não tem dados oficiais divulgados, a alta média da demanda das famílias no Produto Interno Bruto (PIB) entre 2004 e 2014 foi de 4,3% ao ano acima, portanto, da expansão média de 3,4% do PIB em igual período. Para 2015, projeção de especialistas ouvidos pelo Valor para a demanda privada fica entre queda de 0,1% e baixa de 0,3%, enquanto o PIB deve recuar em torno de 1%.
Fonte: Valor Online