O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu na quarta-feira (31) cortar a Selic em 50 pontos-base, para 6%, levando a taxa básica de juros para sua mínima histórica. O Banco Central manteve os juros no País por dez reuniões seguidas, em um ciclo que teve início em março de 2018.
A inflação abaixo da meta, a fraqueza da atividade econômica e a aprovação da reforma da Previdência em 1º turno na Câmara dos Deputados abriram espaço para este corte. Ainda sem força, a avaliação de que a Selic pode encerrar o ano em nível ainda mais baixo já é discutida no mercado.
No comunicado, o BC ressaltou que o “cenário externo mostra-se benigno, em decorrência das mudanças de política monetária nas principais economias”. Apesar disso, a autoridade monetária diz que os riscos em relação a uma desaceleração da economia global permanecem.
Sobre o cenário doméstico, o Copom reconheceu que as “reformas e ajustes necessários” na economia brasileira têm avançado. Por outro lado, o BC “enfatiza que a continuidade desse processo é essencial para a queda da taxa de juros estrutural e para a recuperação sustentável da economia”.
ATACADO DISTRIBUIDOR – O faturamento do atacado distribuidor apresentou crescimento de 1,24% no primeiro semestre de 2019 na comparação com o mesmo período de 2018, segundo pesquisa mensal da ABAD apurada pela FIA (Fundação Instituto de Administração) com um grupo representativo de empresas. Com a redução da taxa de juros e com a perspectiva de um bom segundo semestre, a previsão de crescimento do setor em 2019 deve atingir 2%, de acordo com dados revisados.
SUPERMERCADOS – O primeiro semestre foi positivo também para os supermercados brasileiros. De janeiro a junho, o setor registrou crescimento real de 2,64% em relação ao mesmo período de 2018, de acordo com o Índice Nacional de Vendas ABRAS. Para o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), João Sanzovo Neto, as vendas do primeiro semestre mostram que, mesmo lentamente, a economia está no processo de recuperação.
INDÚSTRIA 1– O faturamento da indústria cresceu 0,3% em junho contra maio, na série livre de influências sazonais, depois de recuar 2,2% no quinto mês do ano, informa a pesquisa de Indicadores Industriais divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Na mesma base de comparação, o emprego ficou estável. Nos últimos 12 meses, o indicador do emprego teve sete meses de estabilidade, quatro de queda e apenas um de crescimento. A utilização da capacidade instalada caiu 0,7 ponto percentual frente e maio e ficou em 77,2% em junho.
INDÚSTRIA 2 – A produção da indústria nacional recuou 0,6% em junho, na comparação com maio, na série com ajuste sazonal da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em comparação com o resultado de junho de 2018, a produção industrial recuou 5,9%.
CONFIANÇA 1 – Impulsionada por expectativas mais favoráveis, a confiança do empresariado mostrou em julho o maior patamar em quatro meses. O Índice de Confiança Empresarial (ICE) subiu 0,9 ponto entre junho e julho, para 93,9 pontos, melhor pontuação desde março deste ano (94,6 pontos) informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). A sustentabilidade dessa alta, porém, ainda é duvidosa, segundo Viviane Seda Bittencourt, coordenadora de sondagens da fundação. Ela defende que, para retomada sustentável da confiança entre as empresas, seria necessária a melhora efetiva de economia no cenário atual – o que não aconteceu.
CONFIANÇA 2 – O Índice de Confiança da Indústria (ICI), da Fundação Getulio Vargas (FGV), caiu 0,9 ponto em julho de 2019, para 94,8 pontos, o menor nível desde outubro de 2018. Em médias móveis trimestrais, o índice recuou pelo quarto mês consecutivo, desta vez em 1 ponto. A confiança recuou em 11 dos 19 segmentos industriais pesquisados em julho.
INCERTEZA – O Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br) da Fundação Getulio Vargas (FGV) recuou 10,7 pontos entre junho e julho de 2019, ao passar de 119,1 pontos para 108,4, o menor nível desde fevereiro de 2018, quando ficou em 104,3 pontos. O recuo foi influenciado por todos os componentes do índice. O componente Mídia recuou 9,2 pontos entre junho e julho, contribuindo com -8,1 pontos para o resultado agregado. O componente Expectativa registrou queda de 12,1 pontos no mesmo período, contribuindo com -2,6 pontos para o comportamento final do indicador.
EMPREGO – A taxa de desemprego no Brasil foi de 12% no trimestre encerrado em junho, abaixo dos 12,7% dos três primeiros meses do ano, conforme os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No mesmo período do ano passado, a desocupação chegava a 12,4%. O número de desempregados — pessoas que procuraram emprego sem conseguir — era de 12,8 milhões de abril a junho deste ano. Esse total é 4,6% menor do que nos três meses imediatamente anteriores e estável em relação a igual período do ano passado.
ENDIVIDAMENTO – O percentual de famílias com dívidas alcançou 64,1% em julho, após os 64% observados um mês antes, traz a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), apurada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Segundo o levantamento, houve alta também em relação a julho de 2018, quando o indicador estava em 59,6% do total de famílias. O percentual de famílias com dívidas ou contas em atraso teve alta na passagem de junho para julho, de 23,6% para 23,9%. No sétimo mês de 2018, o indicador tinha registrado 23,7%. A proporção de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso e que, portanto, permaneceriam inadimplentes passou de 9,5% em junho para 9,6% um mês depois. Em julho do ano passado, estava em 9,4% verificados em julho de 2018.
CRÉDITO – A demanda por crédito do consumidor recuou 4,8% entre maio e junho, já descontadas as influências sazonais, de acordo com os dados nacionais da Boa Vista. “A deterioração do cenário econômico e a queda da confiança nos últimos meses parecem ter se refletido em um comportamento mais cauteloso dos consumidores, afetando, com isto, a demanda por crédito, que mostrou queda pelo segundo mês consecutivo – sendo que a diminuição mais acentuada foi observada no segmento financeiro. A disponibilização dos recursos do FGTS, que inclusive poderão ser utilizados como garantia para empréstimos, contudo, poderá afetar positivamente a trajetória do indicador nos próximos meses”, nota a entidade.