A queda de 3,8% na produção industrial entre julho e agosto foi generalizada e atingiu 21 das 24 atividades analisadas pela pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A produção de alimentos recuou 8% no período, reverteu o resultado positivo em julho (1,9%) e puxou a retração no mês na indústria.
O tombo de 10,4% em veículos automotores, reboques e carrocerias teve a segunda queda seguida, bimestre em que acumula prejuízo de 14%. Foi a segunda maior contribuição negativa para a indústria, apontou o instituto.
Outras contribuições negativas foram observadas na indústria extrativa (-1,8%); coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,9%); perfumaria, sabões, produtos de limpeza e de higiene pessoal (-2,8%); produtos de minerais não-metálicos (-5,1%); confecção de artigos do vestuário e acessórios (-6,9%); metalurgia (-1,7%); máquinas e equipamentos (-1,6%) e de produtos de borracha e de material plástico (-1,9%).
Entre os dois ramos que ampliaram a produção em agosto, o desempenho de maior importância para a média global foi assinalado por produtos farmoquímicos e farmacêuticos, que avançaram 8,3%, eliminando, dessa forma, a baixa de 7,3% verificada no mês anterior.
No corte por categorias econômicas, bens de consumo duráveis, com queda de 9,3%, se sobressaíram no mês. A produção de bens intermediários caiu 4,3%, reverteu a sequência de dois meses de alta e registrou a redução mais acentuada desde dezembro de 2008 (-11,3%). Bens de consumo semi e não-duráveis também registraram taxa negativa em agosto de 2016,
Por outro lado, bens de capital, com acréscimo de 0,4%, mostraram o único resultado positivo em agosto, após recuar 2,1% em julho, quando interrompeu seis meses consecutivos de crescimento, período em que acumulou avanço de 14,8%.
Na comparação com o oitavo mês de 2015, a produção da indústria cedeu 5,2%. Nessa comparação a queda também foi bem espalhada, segundo o IBGE, e atingiu 18 dos 26 ramos pesquisados. Em 2016, o mês teve dois dias úteis a mais, o que deveria elevar o resultado.
Entre as atividades, indústrias extrativas (-11,7%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-12,5%) exerceram as maiores influências negativas na formação da média da indústria, pressionadas, em grande parte, pelos itens minérios de ferro, na primeira; e óleos combustíveis, óleo diesel, álcool etílico e naftas para petroquímica,
Outras contribuições negativas relevantes sobre o total nacional vieram de veículos automotores, reboques e carrocerias (-9%), de produtos alimentícios (-2,9%), de produtos de minerais não-metálicos (-11%), de produtos do fumo (-45,2%), de máquinas e equipamentos (-6,3%), de outros equipamentos de transporte (-14,0%) e de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-7,3%).
Na outra ponta, ainda na comparação com agosto de 2015, entre as oito atividades que apontaram expansão na produção, apareceram máquinas, aparelhos e materiais elétricos (7,1%), artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (7%) e outros produtos químicos (1,8%).
Fonte: Valor Econômico