E-COMMERCE
Uma nova realidade competitiva
Com vasta experiência no varejo digital, atuando em e-commerce desde 2006, Patrícia Amaro, diretora de e-commerce da Unilever, mostrou como a indústria vê e se adapta às mudanças provocadas pelo mundo digital. Na palestra E-Commerce com Foco em B2B: Uma Realidade Crescente, ela revelou os novos papéis e o novo cenário competitivo, quem é e como se comporta o novo consumidor, empresas que se destacam e seus cases de sucesso, que mostram como é possível adaptar-se a essa nova realidade.
“Está na hora de rever nossas fórmulas”, afirma Patrícia, animada para compartilhar as novidades do e-commerce, com os profissionais que lotaram o auditório no último dia da convenção. Para ela, o consumidor continua com as mesmas necessidades. Assim, é preciso focar qual é o problema apresentado para acessar novas tecnologias e novas formas de resolvê-los.
“O desenvolvimento tecnológico traz para o negócio maior velocidade de crescimento”, diz a palestrante, destacando que Alibaba é o maior varejista do mundo porque entendeu que era preciso conectar. “Olhamos para os nossos pares, mas hoje existem outras possibilidades de análise”, complementa. Ela contou que foi um funcionário da Kodac que inventou a foto digital e que ele tentou mostrar a novidade para a empresa. Mas ela optou por vetar a nova ideia. Ela contou ainda que das 20 personalidades mais admiradas do Brasil 10 são Youtuber.
De acordo com a diretora, a internet muda a forma como as pessoas consomem. “Em 2020, o B2B será duas vezes maior do que o B2C”, afirma ela, destacando que cada vez menos as pessoas vão querer falar com o vendedor. Assim, diz, o seu papel será diferente do que é hoje. “O e-commerce não acaba com o vendedor e sim propõe uma nova forma de trabalho”, afirma, lembrando que para a melhoria dos serviços é preciso focar na captação, conversão e frequência. “O cliente precisa achar o produto e ter uma boa experiência”.
FOOD SERVICE
Mercado oferece oportunidade para novos negócios
O mercado brasileiro de Foodservice consome mais de R$ 150 bilhões por ano em alimentos e bebidas em quase 1 milhão de estabelecimentos. Com clientes em enorme transformação e com o cenário desafiador que o país atravessa, há uma real demanda por abastecedores qualificados e profissionais, o que significa oportunidade seja para distribuidores ou para atacadistas de autosserviço especializados neste mercado.
Na palestra Food Service: Uma Grande Oportunidade Rentável para o Setor Atacadista Distribuidor, o presidente da Food Consulting, Sérgio Molinari, apontou as oportunidades e os principais fatores de sucesso para a cadeia de abastecimento.
De acordo com Molinari, nos últimos anos, o Food Service vem se mantendo estável, representando 1/3 da venda de produtos industrializados e a expectativa é que o mercado continue crescendo no Brasil. Nos anos de 2015 e 2016, o desemprego disparou e a renda caiu, reduzindo a taxa de crescimento, que ficou entre 10% e 17%. “Já o ano de 2017 vem mostrando um cenário mais favorável – mas o desemprego ainda é uma variável incômoda para o mercado”, afirma Molinari, destacando que a recuperação já começa a acontecer no segundo semestre. Segundo ele, até 2021, a média será de 3% de crescimento real ao ano.
Diante desse cenário, os comportamentos buscam mais conveniência no mercado. “Não tem crescimento para todos, precisamos melhorar o atendimento e buscar novas oportunidades”, alerta Molinari. Segundo ele, existem no país 600 mil clientes entre bares e restaurantes e 720 shopping centers. “Apesar da visibilidade do shopping é nas ruas que está a grande parcela de estabelecimentos”, diz o especialista, lembrando que eles estão espalhados por todas as regiões do Brasil. Assim, diz ele, as oportunidades estão em atender as regiões mais remotas e menos densas.
Para Molinari, o mercado está em ebulição. Dessa forma, diz ele, mais cedo ou mais tarde um dos 10 maiores do mundo estará no Brasil. Por isso, é preciso investir em expansão e diversificação de formatos e modelos atuais. Ter velocidade nos movimentos de consolidação de plataformas, ampliar a cobertura para lugares mais remotos, ter um portfólio mais amplo e especializado, prestar atendimento às redes pequenas, médias e regionais, ocupar os espaços deficientes dos distribuidores atuais e ainda expandir o negócio via especialização do existente ou fusões e aquisições.
VAREJO INDEPENDENTE
Estudo da GfK traz expectativas do varejo de vizinhança para 2017
Marco Aurélio Lima, diretor da consultoria GfK, apresentou a última palestra da quarta-feira, com o tema Conheça o desempenho e o resultado do varejo independente. Especializada em pesquisa de comportamento de consumo, a GfK entrevistou 400 varejistas nas cinco regiões brasileiras no primeiro semestre deste ano e constatou a evolução positiva do segmento de mercados de vizinhança.
O ano de 2017 iniciou carregado de incertezas e preocupações como queda no poder de compra do consumidor, aumento de tributos, inflação, redução de lucro e aumento no custo dos produtos. Esses e outros fatores decorrentes da instabilidade econômica poderiam desenhar um cenário de pessimismo e fazer retroceder parte do trabalho desenvolvido para o crescimento dos pequenos varejistas em seus bairros. Porém o estudo revelou que, pelo contrário, a expectativa de confiança do varejista, em queda desde 2014, reverteu e chegou a crescer 57% em relação aos dois últimos anos.
A profissionalização dos pequenos varejistas e o forte investimento em novos serviços nos últimos cinco anos têm feito a competitividade do comércio de bairro crescer cada vez mais perante os Hiper e Supermercados.
Prova disso é que uma cesta básica com 35 produtos analisada periodicamente pela GfK mostrou que o preço apurado em 2017 no mercado de vizinhança (R$247,34) foi praticamente o mesmo que no hiper/supermercado (R$247,16). Em 2016, pela primeira vez desde 2011, a cesta do mercado de vizinhança havia ficado mais barata em relação ao hiper/supermercado.
O estudo também avaliou os perfis de varejistas. Hoje, 26% dos gestores do varejo de vizinhança são mulheres, 20% homens com ensino superior, 23% homens jovens e com algum tipo de curso ou profissionalização e 31% seguem o antigo padrão “lápis na orelha”.
Outro dado é a comprovação de que quanto maior for o grau de escolaridade do gestor, maior será a receita. A cada nível escolar galgado corresponde um incremento médio do 10% no faturamento.
Fonte: Abad