Veículos, milho e açúcar derrubam exportações

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Com crise argentina e queda de cotações, vendas do Paraná ao exterior caíram 6% até agosto, retornando aos níveis de 2011

A forte queda do faturamento com produtos como veículos, milho e açúcar derrubou as exportações do Paraná neste ano. De janeiro a agosto, as empresas do estado faturaram US$ 11,56 bilhões com as vendas ao exterior, 6% menos que no mesmo período de 2013. O valor é também o mais baixo dos últimos três anos.

Os embarques do estado retrocederam aos níveis de 2011, quando as receitas somaram US$ 11,55 bilhões nos oito primeiros meses do ano. A situação não é muito diferente em nível nacional: em 2014, as exportações brasileiras caíram 2%, para o menor nível desde 2010, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Um pequeno alento para os exportadores foi a taxa de câmbio, um pouco mais vantajosa que em 2013. Se não foi suficiente para viabilizar novos contratos, a alta das cotações do dólar ao menos elevou o ganho das empresas na conversão das receitas para a moeda brasileira. Considerando-se as taxas médias mensais, as exportações do Paraná em 2014 somaram R$ 26,3 bilhões, 1,5% mais que no mesmo período do ano passado.

Dependência

A redução das vendas de veículos e autopeças, de 38% de janeiro a agosto, causou uma perda de quase US$ 460 milhões ao Paraná. A causa principal é a crise na Argentina. Principal cliente estrangeiro do polo automotivo da Região Metropolitana de Curitiba, o país vizinho comprou 52% menos neste ano.

O problema é que vários outros segmentos da indústria paranaense também dependem muito da Argentina, um dos poucos mercados onde os manufaturados brasileiros ainda são competitivos. Isso ajuda a explicar a queda de 18,5% das exportações das fábricas do estado entre janeiro e julho, constatada por sondagem da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep).

Alimentos

Pelo lado do agronegócio, o maior baque ocorreu nas receitas de exportação de milho. Elas baixaram 53% em 2014, para US$ 265 milhões – US$ 300 milhões a menos que no mesmo período do ano passado. O que mais pesa contra é a base de comparação. No ano passado, os embarques haviam disparado porque a quebra de safra nos Estados Unidos abriu mercado para o cereal brasileiro e a cotações elevadas. A ressaca veio agora, com um recuo de 33% no volume despachado, agravado pela queda de 30% no preço médio da tonelada.

No caso do açúcar, a quantidade exportada pelo Paraná – quase 1,5 milhão de toneladas entre janeiro e agosto – foi idêntica à do mesmo período do ano passado. O problema foi a queda da cotação do produto. O preço de venda caiu 13% em relação a 2013, o que diminuiu a receita dos produtores em mais de US$ 90 milhões neste ano.

Destaques

Produtos como leite em pós, ovos, manteiga e mel aliviam perdas do estado

Leite em pó, ovos, manteiga e mel estão entre os produtos cujas exportações mais cresceram neste ano. Eles respondem por menos de 1% das vendas do Paraná ao exterior, mas seu desempenho chama atenção. As receitas de exportação dos quatro somaram US$ 41 milhões de janeiro a agosto, mais que o triplo do registrado um ano antes (US$ 12,1 milhões). No caso de leite em pó e manteiga, o faturamento saltou de zero, no ano passado, para US$ 10,4 milhões e US$ 6,2 milhões, respectivamente, neste ano.

A maioria dos embarques foi para poucos países. A Venezuela comprou ovos e leite em pó. O Egito importou leite e manteiga. Os Estados Unidos, por sua vez, ficaram com a maior parte das 2,5 mil toneladas de mel exportadas pelo Paraná desde janeiro.

Industrializados

A maioria dos produtos industrializados vai mal neste ano, mas alguns têm crescimento expressivo. As vendas de papel do tipo kraft, por exemplo, mais que dobraram, chegando a quase US$ 49 milhões. Outro destaque foi a exportação de construções pré-fabricadas de ferro e aço, que saltaram de menos de US$ 1 milhão nos oito primeiros meses do ano passado para US$ 41 milhões em 2014.

Fonte: Gazeta do Povo

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